Konfuzoj
O céu estava escuro e frio, a chuva começava a cair no cemitério de São Zozimus.
- Sabe, você não devia ter feito aquilo com o Günna.
- Foram apenas negócios, Anja. Para negociar, a gente precisa de respeito, confiabilidade... O Günna estava passando a perna em meio mundo. Isso não era bom para mim e nem para os meus clientes.
- Mas você trabalha para a União, não? Você devia ter pedido a abertura de uma auditoria na instância de relações extra-exteriores e aguardado a posi..
- Se eu tivesse feito isso, nós estaríamos no meu velório, e não no dele.
- Nós? Ou só eu?
- Você me entendeu.
Até chegarmos em casa, Anja não falou mais nenhuma palavra. Ela sempre me dava um gelo quando eu precisava “resolver” alguns negócios à moda antiga. Era uma idealista, como nossos amigos a classificavam, não suportava injustiças, guerras, corrupção ou violência, mas no final ela sempre fazia as pazes comigo. Como resistir à paixão que existia entre nós? Se bem que algo me dizia que dessa vez seria diferente. Afinal, matar o marido de alguém não é fácil de se perdoar, ou é?
***
Vocês ainda se lembram da pulga que eu comentei antes? Pois é, uma hora ela aparece. Infelizmente ela era do tamanho de um caranguejo tarmukiano. Pelo menos foi o que começou a parecer quando ouvi os “campos” das janelas serem desligados. Ótimo, pensei, estou pelado, tomando banho e desarmado, não existe maneira melhor de ser emboscado (para os emboscadores, pelo menos).
- Cassini? Miguel Cassini? – Ecoou uma voz grossa pelo banheiro, seguida por dois típicos agentes, com seus óculos escuros, sobretudos e pontos na orelha.
- Sim, eu apertaria a mão de vocês, mas no momento estou ocupado escondendo as minhas “partes”.
- O Onipresidente precisa falar com você, senhor, imediatamente.
- Claro, deixe apenas eu me vestir...
- Ele disse IMEDIATAMENTE!
- Mas eu ainda estou nu! Você não espera que...
Crás! Uma bela porrada na minha nuca, depois a escuridão. Malditos andróides e suas ordens literais.
***
- Boa noite, Cassini, como foi de viagem?
Agh! Luz, luz forte! O cheiro de ar ionizado... Droga, estou em uma nave! Droga!
- Onipresidente Ramirez? Vim assim que me informaram que queria falar comigo, literalmente.
- Sim, fiquei sabendo... Desculpe pelos andróides, última novidade em cérebros positrônicos cognitivos. Muito bom, mas cheio de falhas.
- Algumas.
- Bem, vamos acabar com as formalidades, ok? – A pulga! A pulga surgindo! – Pois bem, o setor do anel externo acaba de informar que uma frota desconhecida de espaçonaves de tamanho abissal está a caminho do sistema de Alfa do Centauro, e adivinha qual o suposto destino?
- Ahn... Não tenho idéia, senhor – Por favor, não o cinturão de asteróides, não o cinturão de asteróides, não o cinturão de asteróides, não o cinturão de asteróides...
- O cinturão de asteróides – Droga! - Muito interessante, não?
- Alguma ligação com Aduuhr, senhor?
- Ainda não sabemos, oficialmente Aduuhr se mostra tão surpreso como nós.
- Imagino que a União não me trouxe aqui só para me informar da situação, não?
- Claro que não! Você é o nosso melhor negociador, um diplomata, por assim dizer. Quero que você bata na porta desses desconhecidos e descubra o que eles querem aqui.
- Eu, senhor? Uma operação dessas não devia ser comandada por militares?
- Se você quiser, posso te colocar na lista de convocados para a força da União.
5 comentários:
Postei.
O Lasak tava demorando pra revisar, então mandei assim mesmo. Qqr erro de português é dele, não meu. :))
Ficou bom o fianl :)
Tou demorando pra postar... mas postarei!
Tudo revisado! O seu e o do Fabio.
Hahahahaha
Muito divertido isso :D
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